quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

sexta-feira, 20 de maio de 2011

4a Mostra Marília de Cinema traz à cidade o cinema brasileiro contemporâneo

Entre curtas, médias e longas serão exibidos mais de 30 filmes em 4 dias, sempre com entrada franca. Programação ainda inclui oficinas, debates, lançamentos, exposição e shows



A 4a Mostra Marília de Cinema, uma realização da Kinoarte, produção da Hora H e patrocínio do Governo do Estado de São Paulo, começa nessa quinta e prossegue até domingo trazendo à cidade o melhor da produção contemporânea. Serão mais de 30 filmes entre curtas, médias e longas, com destaque para o cinema brasileiro independente e produções locais inéditas: “Pela primeira vez teremos um cineasta mariliense concorrendo ao Troféu Seu Dito na Competitiva Nacional de Curtas”, destaca Bruno Gehring, presidente da Kinoarte e um dos coordenadores da Mostra. É o caso do cineasta Marcelo Toledo, co-diretor do curta-metragem “Cynthia”, um dos 12 filmes que integram a Competitiva Nacional de Curtas. O filme será exibido nesse domingo, dia 22, às 19h, no Cine Esmeralda, com entrada franca.

Homenagens

Haverá também uma boa surpresa aos marilienses já na noite de abertura da Mostra: “Entre os homenageados desse ano está o fotógrafo português radicado em Marília Manoel Joaquim Pires, autor das famosas fotos que celebraram os Festivais promovidos pelo Clube de Cinema de Marília nos anos 1960. Iremos exibir um filme que ele rodou em 1962 quando o então presidente João Goulart visitou a cidade. Trata-se de um curta-metragem de aproximadamente 13 minutos rodado em 16mm e que raramente foi exibido. O filme tem uma importância fundamental pois é um raro registro cinematográfico da cidade nos anos 1960”, explica o coordenador geral da Mostra, o cineasta mariliense Rodrigo Grota. Manoel Joaquim Pires é autor, por exemplo, das cultuadas fotos de Leila Diniz em Marília, registro que motivou a realização do curta-metragem “Os Olhos Não Têm Cerca” na Mostra do ano passado.
Outra homenagem fundamental será ao cineasta italiano radicado no Brasil Andrea Tonacci, autor de dois clássicos do cinema brasileiro: “Bang Bang” e “Serras da Desordem”, considerado por muitos críticos o melhor filme brasileiro da última década. Autor de uma linguagem inventiva e ao mesmo tempo crítica e rigorosa, Tonacci atravessou quatro décadas aliando experimentalismo e pesquisas antropológicas, com destaque para a temática indígena. “Tonacci é um cineasta único no cenário contemporâneo do cinema brasileiro. Possivelmente o mais íntegro; certamente o mais radical. A forma como ele vê um filme, como pensa a linguagem, como conceitualiza os seus trabalhos remete a um certo rigor que não vemos na produção contemporânea. É praticamente um artista do renascimento em pleno século 21”, avalia Rodrigo Grota. Nessa homenagem a Tonacci serão exibidos os já citados “Bang Bang”, “Serras da Desordem”, além dos raros “Olho por Olho” e “Interprete Mais, Pague Mais” – esse último um trabalho pouco visto, provavelmente o primeiro longa brasileiro a ter sido rodado no formato vídeo. Tonacci virá ao festival – ele integra o Júri da Competitiva Nacional de Curtas ao lado do crítico de cinema Rodrigo de Oliveira e do curador William Hinestrosa. Na sexta, às 16h, Tonacci irá conversar com o público sobre a sua obra no Clube de Cinema de Marília.

Destaques



]Entre os destaques da programação desse ano estão o longas brasileiros “Além da Estrada”, de Charly Braun, “Filhos de João – Admiráel Novo Mundo Baiano”, de Henrique Dantas, e “Cabeça a Prêmio”, de Marco Ricca; a animação francesa “O Mágico”, inspirada em uma história de Jacques Tati; “Filme Socialismo”- o mais recente filme do mestre francês Jean-Luc Godard; além do último trabalho do realizador americano Francis Ford Coppola – “Tetro”. A Mostra nesse ano também irá exibir médias-metragens, caso de “Laura”, documentário de Fellipe Barbosa, e “Coisas Perigosas e Belas”, filme co-dirigido pelo mariliense Marcelo Toledo e que na Mostra Marília terá sua primeira exibição pública.

Shows


Durante os quatro dias da Mostra haverá também o projeto Barbada no Cão Pererê, uma realização da Kinoarte que alia apresentações musicias e discotecagem temática. Na quinta, dia 19, o destaque fica para o projeto Out Track, de Assis, liderado por Diego Max. Na mesma noite haverá uma discotecagem de jazz em vynil coordenada pelo escritor mariliense Rodolfo Arruda Leite de Barros. Na sexta a banda local Vitrola Vil irá apresentar o repertório do seu CD, junto ao DJ Ed Groove e à Discotecagem Barbada (Funk Groove), de Londrina. No sábado Os Rélpis, de Araraquara, se apresentam junto à discotecagem de André Jundi, DJ residente do Cão Pererê. E no domingo o baterista Lucas Melo recebe convidados para a jam session Girl You Know the Reason Why, que irá misturar jazz e rock.

Atividades paralelas


Ao longo de toda a Mostra haverá uma série de atividades paralelas – a partir dessa quinta a fotógrafa Paula Mello mostra o registro fotográfico realizado a partir de cursos promovidos esse ano pela Oficina Cultural Tarsila do Amaral. A exposição “Imagens e Olhares Artísticos” irá permanecer em cartaz até o dia 22 no saguão de entrada do Cine Esmeralda. No sábado a partir das 19h o escritor mariliense Ramon Barbosa Franco lança o seu primeiro livro: “Contos do Japim”, com preço especial de lançamento (R$ 20) também no saguão de entrada do Cine Esmeralda. Na noite de abertura serão lançadas as duas últimas edições da Revista Taturana, uma publicação da Kinoarte voltada ao cinema independente.

Oficinas


Assim como nos anos anteriores, a Kinoarte nesse ano está promovendo a Oficina de Realização em Cinema – cerca de 30 alunos estão produzindo um curta que irá estrear no domingo, dia 22, às 21h30, no Cine Esmeralda. A Oficina é coordenada por Bruno Gehring (produção), Guilherme Gerais (fotografia), Henrique Ventorin (montagem), Rodrigo Grota (direção e roteiro) e Thalita Rubio (direção de arte) e está sendo realizada na Elam (Escola Livre de Artes de Marília) e na Oficina Cultural Tarsila do Amaral. Em fevereiro a Kinoarte também promoveu na cidade uma Oficina de Roteiro (do qual resultaram 7 roteiros para curta-metragem) com Rodrigo Grota, e uma Oficina de Videoclipe com Bruno Gehring e Felipe Augusto – dessa Oficina resultou o clipe da música “Babe”, da banda local Vitrola Vil.

Ciclos

O escritor e cineasta mariliense Edu Reginato, radicado no Rio de Janeiro desde 1999, tem apresentado desde a última segunda na Sala de Projeção Municipal um Ciclo de Terror, incluindo os filmes “Onibaba, a Mulher Diaba”, clássico dos anos 1960 dirigido por Kaneto Shindô; “Inverno de Sangue em Veneza”, obra-prima de Nicolas Roeg; o raríssimo brasileiro “As Filhas do Fogo”, do cineasta paulista Walter Hugo Khouri; e “A Tortura do Medo”, filme pouco conhecido do britânico Michael Powell, considerado por Martin Scorsese o melhor filme já feito sobre cinema ao lado de “8 e Meio”, de Federico Fellini. O ciclo integra um novo projeto de exibição: o Cine Tarsila, uma parceria entre a Kinoarte, a Mostra Marília de Cinema e a Oficina Cultural Tarsila do Amaral. Em fevereiro já havia sido realizada a 1a Semana do Cinema Brasileiro, ciclo que trouxera à cidade filmes nacionais contemporâneos que não chegariam ao circuito comercial local.

Curtas

Outro destaque da 4a Mostra Marília é a Competitiva Nacional de Curtas-Metragens. Nesse ano foram inscritos 291 trabalhos de todo o Brasil – apenas 12 curtas foram selecionados. Os filmes concorrem ao Troféu Seu Dito em 10 Categorias (Melhor Filme – Júri Oficial, Melhor Filme – Júri Popular, Melhor Direção, Roteiro, Fotografia, Direção de Arte, Montagem, Trilha Sonora, Ator e Atriz). O Melhor Curta segundo o Júri Oficial recebe também um prêmio de R$ 5 mil. Nesse ano haverá também um Troféu Seu Dito concedido pela Revista Taturana ao Melhor Projeto Gráfico.

A 4ª Mostra Marília de Cinema, uma realização da Kinoarte com produção da Hora H Produções, conta com patrocínio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura – Programa de Ação Cultural – 2010, e apoio cultural da Prefeitura de Marília – Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Cine Esmeralda, Clube de Cinema de Marília, Elam – Escola Livre de Artes de Marília, Oficina Cultural Regional Tarsila do Amaral, Cão Pererê, Revista Taturana e Studio Imaje.

Mais informações sobre a 4a Mostra Marília de Cinema pelos telefones (14) 3422 2755, (11) 8216 6644, (43 9902 2669) e no site mostramarilia.com.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Californication (porque eu gosto tanto dessa série)

Eu sou um grande fã de séries. Atualmente são as peças que têm os melhores roteiros, as melhores histórias e atores que se superam (talvez pelos salários muito mais interessantes do que no cinema).

Uma das séries que eu acho sensacional é Californication. Começa pela abertura, uma linda mistura de imagens em formatos errados que se fosse eu que tivesse tentado montar, teria ficado uma merda. Mas não, ficou bacana e divertida.

Mas não é isso que importa. É o conteúdo. Quando comecei a ver achei que era a tentativa de fazer o David Duchovny voltar a ser cool, pós X Files, usando muito sexo e humor machista. Na verdade é longe disso. Aos poucos percebe-se que é uma honesta série sobre as desventuras de um cara que vive se fodendo com o grande amor dele e ao invés de ficar se lamentando, cai na vida de cabeça pra afogar suas frustrações. Isso para ser simplista. É muito interessante ver ainda que o mulherengo Hank Moody é na verdade um apaixonado, um cara verdadeiro no meio de hipócritas, um "feminista", e alguém com uma vida realmente rock n roll. Um puta personagem legal.

Dito isso, existem momentos sensacionais que tenho que postar, como a carta dele para a garota da vida dele. Ele ve seu relacionamento terminar, por simples insegurança, e apesar de toda carapaça cool, ele se entrega numa carta super sincera para tentar recupera-la.


"Querida Karen,

se está lendo isso é porque eu tive coragem de mandar. Bom para mim. Não me conhece muito bem, mas se deixar,tenho tendência de falar que tenho dificuldade para escrever.

Mas isso...

É a coisa mais difícil que já tive que escrever. Não há maneira fácil de dizer, então vou falar logo. Conheci uma pessoa. Foi um acidente, eu não estava à procura. Foi uma tempestade perfeita. Ela falou algo, eu também. Quando vi, queria passar o resto da minha vida nessa conversa. Agora estou com a intuição de que ela pode ser a mulher certa. Ela é totalmente louca, de um jeito que me faz sorrir,altamente neurótica. Exige uma grande quantidade de renovação. Ela é você, Karen. Essa é a boa notícia. A má é que não sei como ficar com você nesse momento.
E isso assusta pra caralho. Porque se não ficar com você agora, sinto que nos perderemos. O mundo é grande, mal, cheio de reviravoltas. As pessoas costumam piscar e perder um momento. O momento que poderia mudar tudo. Não sei o que está acontecendo entre nós, e não sei porque deveria gastar seu tempo comigo. Mas como seu cheiro é bom! Como o lar. E faz um ótimo café, isso tem que valer alguma coisa. Me liga.

Seu infiél,
Hank Moody."

É isso aí... uma declaração foda. E durante a série é perceptível que ele sofre de uma solidão muito mais profunda que qualquer coisa. Eu chorei quando vi esse episódio (temporada 2, episódio 10).

Observação para os românticos de plantão: não usem essa carta no mundo real.

Outro momento sensacional foi como ele descreveu sua disponibilidade para as mulheres na 3a temporada:

"É meu purgatório, na verdade. Jantares, bebidas, o que seja. Não fico interessado, mas
digo que é linda mesmo assim.

Porque é verdade, todas as mulheres são, de um jeito ou outro. Sempre tem algo sobre cada uma de vocês, um sorriso, uma curva, um segredo... Vocês damas são mesmo as criaturas mais incríveis. A obra da minha vida.

Mas, então, vem a manhã seguinte. A ressaca, e percebo não ser tão disponível como pensei na noite anterior.

Então, ela vai embora. E sou assombrado por mais um caminho não percorrido."

Um diálogo muito bacana, que não vejo tão fácil no cinema atual. Ta vendo? Californication é bom sim. Corre assistir.

quarta-feira, 13 de abril de 2011