terça-feira, 10 de maio de 2011

Californication (porque eu gosto tanto dessa série)

Eu sou um grande fã de séries. Atualmente são as peças que têm os melhores roteiros, as melhores histórias e atores que se superam (talvez pelos salários muito mais interessantes do que no cinema).

Uma das séries que eu acho sensacional é Californication. Começa pela abertura, uma linda mistura de imagens em formatos errados que se fosse eu que tivesse tentado montar, teria ficado uma merda. Mas não, ficou bacana e divertida.

Mas não é isso que importa. É o conteúdo. Quando comecei a ver achei que era a tentativa de fazer o David Duchovny voltar a ser cool, pós X Files, usando muito sexo e humor machista. Na verdade é longe disso. Aos poucos percebe-se que é uma honesta série sobre as desventuras de um cara que vive se fodendo com o grande amor dele e ao invés de ficar se lamentando, cai na vida de cabeça pra afogar suas frustrações. Isso para ser simplista. É muito interessante ver ainda que o mulherengo Hank Moody é na verdade um apaixonado, um cara verdadeiro no meio de hipócritas, um "feminista", e alguém com uma vida realmente rock n roll. Um puta personagem legal.

Dito isso, existem momentos sensacionais que tenho que postar, como a carta dele para a garota da vida dele. Ele ve seu relacionamento terminar, por simples insegurança, e apesar de toda carapaça cool, ele se entrega numa carta super sincera para tentar recupera-la.


"Querida Karen,

se está lendo isso é porque eu tive coragem de mandar. Bom para mim. Não me conhece muito bem, mas se deixar,tenho tendência de falar que tenho dificuldade para escrever.

Mas isso...

É a coisa mais difícil que já tive que escrever. Não há maneira fácil de dizer, então vou falar logo. Conheci uma pessoa. Foi um acidente, eu não estava à procura. Foi uma tempestade perfeita. Ela falou algo, eu também. Quando vi, queria passar o resto da minha vida nessa conversa. Agora estou com a intuição de que ela pode ser a mulher certa. Ela é totalmente louca, de um jeito que me faz sorrir,altamente neurótica. Exige uma grande quantidade de renovação. Ela é você, Karen. Essa é a boa notícia. A má é que não sei como ficar com você nesse momento.
E isso assusta pra caralho. Porque se não ficar com você agora, sinto que nos perderemos. O mundo é grande, mal, cheio de reviravoltas. As pessoas costumam piscar e perder um momento. O momento que poderia mudar tudo. Não sei o que está acontecendo entre nós, e não sei porque deveria gastar seu tempo comigo. Mas como seu cheiro é bom! Como o lar. E faz um ótimo café, isso tem que valer alguma coisa. Me liga.

Seu infiél,
Hank Moody."

É isso aí... uma declaração foda. E durante a série é perceptível que ele sofre de uma solidão muito mais profunda que qualquer coisa. Eu chorei quando vi esse episódio (temporada 2, episódio 10).

Observação para os românticos de plantão: não usem essa carta no mundo real.

Outro momento sensacional foi como ele descreveu sua disponibilidade para as mulheres na 3a temporada:

"É meu purgatório, na verdade. Jantares, bebidas, o que seja. Não fico interessado, mas
digo que é linda mesmo assim.

Porque é verdade, todas as mulheres são, de um jeito ou outro. Sempre tem algo sobre cada uma de vocês, um sorriso, uma curva, um segredo... Vocês damas são mesmo as criaturas mais incríveis. A obra da minha vida.

Mas, então, vem a manhã seguinte. A ressaca, e percebo não ser tão disponível como pensei na noite anterior.

Então, ela vai embora. E sou assombrado por mais um caminho não percorrido."

Um diálogo muito bacana, que não vejo tão fácil no cinema atual. Ta vendo? Californication é bom sim. Corre assistir.

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